quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mercado em Letargia


Amigos, gostaria de lançar mais um questionamento neste fórum para reflexão e análise pelos participantes deste mercado abrangente, mas que tem sua importância diminuída pela falta de diálogo e interesse por parte da sociedade.
Hoje em dia nas grandes metrópoles brasileiras, já é perceptível o cuidado que os empresários e os administradores públicos têm com a questão da limpeza das empresas públicas e privadas, que investem em pessoal, treinamento, equipamentos e produtos para aumentar a qualidade dos serviços e reduzir os custos dos processos, com resultados muito bons nos dois aspectos.
Morando na capital do Amazonas, distante e isolada, no norte do Brasil, temos um mercado atípico do restante do país. Manaus é uma cidade linda, dinâmica, moderna, sem perder o equilíbrio entre arquitetura e natureza, porém com um séria "miopía" na questão da conservação de suas construções. Miopia por que em algumas situações temos a real noção da importância desta questão para o bem-estar da população, consumidora ou não. Em outras situações a questão da limpeza é negligenciada totalmente, em face da demanda de esforços e custo para implantação de uma solução definitiva.
Vejamos por exemplo, na área pública o projeto Prosamim: todos, que moram ou conhecem a cidade de Manaus, lembram o problema social, sanitário e cultural que eram as palafitas ao longo dos igarapés da cidade. que poluíam as águas, enchiam de lixo, proliferavam varias doenças por conta da sujeira oriunda de uma ocupação irregular e desordenada. O atual governo está resolvendo de forma definitiva esta questão, que não cabe aqui comentários sobre o projeto, mas sim o impacto sobre o bem-estar das pessoas, e equilíbrio ambiental e até a atração de turistas para a cidade, contribuindo redundantemente para o bem-estar desta mesma população.
área privada, começamos a ver empreendimentos que buscam a excelência nos processos de limpeza institucional, sito como exemplo o Hospital Adventista no distrito industrial, que tem uma estrutura pesada em pessoas, equipamentos e processos. Alguns Shoppings da cidade, como o Studio 5, também vêm se esmerando e investindo bastante do seu orçamento para se manter como referencia de limpeza e ambiente agradável para o seu público.
Por outro lado, temos empreendimentos que investem milhões em materiais de acabamento nobres, arquitetura de vanguarda, mas quando se trata de estrutura de limpeza e manutenção do empreendimento, procuram as soluções de menor custo como: contratar funcionários próprios para a limpeza, utilização de materiais e utensílios domésticos para limpeza que deveria ser profissional. Outro dia estive num grande hospital privado, e enquanto aguardava minha vez de ser consultado, presenciei um processo de limpeza que nunca tinha visto: a Agente de Limpeza estava "varrendo" e passando pano de chão ao mesmo tempo. Ela envolveu a vassoura de madeira e cipó (o que é proibido o uso em ambiente hospitalar) num pano de chão úmido e empurrava os detritos com o artefato até ter coberto toda a área da sala onde eu estava. e veja que a funcionária era de uma empresa "especializada" em limpeza.
Quantas empresas estão "economizando" hoje o dinheiro da reforma de amanhã! situações como esta levam a prejuízos no futuro, com o desgaste prematuro dos materiais de acabamento. Quem nunca teve um piso caro destruído por um colaborador não treinado usando produto inapropriado?
Não vejo em nossa cidade o mesmo esforço em dar aos clientes um ambiente saudável, limpo e sanitariamente seguro. É muito comum entrar um um banheiro de empresa que não tem papel higienico, papel toalha e sabonete. o vaso sanitário e a pia estão lá, mas como é possível usar?
Via de regra vemos pessoas (Agentes de Limpeza) mau vestidas, desprotegidas, usando utensílios domésticos (vassoura, pano de chão, rodo etc), em horário impróprios para a limpeza, nos abordando sem um preparo, no que se refere a atendimento e cordialidade. Não por culpa delas próprias, mas por pura falta de orientação para tal.
acho que está na hora de uma grande união em torno da mudança de cultura em nossa cidade. Penso que as instituições representantes de nossa categoria deveriam estar à frente deste movimento, seguidos pelos empresários do setor e, por que não, os empresários tomadores de serviços de limpeza, num debate construtivo visando a modernização dos processos e o desenvolvimento dos profissionais.
Aguardo seus comentários!
Por Adilson Barroso